Em uma iniciativa pioneira no mundo, o Brasil passa a incluir a educação sobre oceanos no currículo escolar e chama a atenção para a importância do ecossistema para a manutenção da biodiversidade e equilíbrio climático.
A medida foi oficializada com a assinatura de um Protocolo de Intenções em Brasília, no dia 9 de abril, com o apoio da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) e articulação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), além do MEC.
O batizado “currículo azul” será integrado às escolas de todo o país e adaptado às realidades locais, trazendo uma visão holística do oceano como “regulador climático, fonte essencial de vida e catalisador de soluções sustentáveis.”, destacou a ONU em comunicado. Ronaldo Christofoletti, copresidente do grupo de especialistas em Cultura Oceânica da Unesco, disse que a inicativa “nasce da escuta ativa e plural da sociedade brasileira”.
Mirando a COP30 no Brasil, o oceano também entra em xeque como um aliado para o equilíbrio do clima junto com as florestas, visto que funciona como um grande sumidouro de carbono. Diferente do senso comum que diz que a Amazônia é o “pulmão do mundo”, na realidade este papel é desempenhado pelo ecossistema marinho.
A medida ganhou força no Brasil com um primeiro passo em Santos, São Paulo, após a aprovação, em 2021, de uma lei que estabeleceu a cultura oceânica como política pública em escolas municipais. A cidade no litoral paulista, inclusive, é uma das ameaçadas “de ser engolidas” pela elevação do nível do mar.
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