Navio Maragojipe. Foto: Picasa.
Durante boa parte do século XX, navegar pela Baía de Todos-os-Santos não era apenas uma opção de lazer, mas também um meio de transporte essencial para quem se deslocava entre Salvador e o Recôncavo Baiano. Um dos símbolos desse período foi o navio Maragogipe, embarcação construída em 1962 na Alemanha que ligava a capital baiana a localidades como São Roque do Paraguaçu e Salinas da Margarida.
O trajeto partia da antiga estação “Baiana”, no bairro do Comércio, e seguia em direção ao interior da Baía, transportando passageiros e cargas em viagens que uniam praticidade e encanto. O serviço representava uma importante alternativa de mobilidade regional antes da expansão das rodovias e da consolidação do sistema Ferry-Boat, na década de 1990.
Com o avanço das conexões terrestres e a modernização do transporte entre a capital e o Recôncavo, o uso das embarcações de linha foi gradualmente reduzido, encerrando um ciclo histórico de navegação que marcou gerações de baianos.
Atualmente, o Maragogipe permanece submerso em uma área da Baía de Todos-os-Santos, sendo visível apenas durante a maré baixa. O casco do antigo navio tornou-se um vestígio simbólico de uma era em que o mar era também caminho cotidiano, e não apenas paisagem.