No extremo sul da Itália, entre a Calábria e a Sicília, sobrevive uma das operações de transporte mais singulares da Europa: a travessia ferroviária do Estreito de Messina por meio de balsas. Ali, trens de passageiros e de carga não param na costa. Eles entram diretamente em embarcações especialmente projetadas para transportar composições ferroviárias pelo mar.
A operação ocorre entre as cidades de Villa San Giovanni, no continente, e Messina, na Sicília. O trecho marítimo tem cerca de três quilômetros, mas envolve desafios náuticos relevantes, como correntes intensas, ventos variáveis e tráfego constante de navios. As balsas ferroviárias são equipadas com trilhos no convés interno, permitindo que os vagões sejam embarcados e desembarcados com precisão milimétrica.
O procedimento é técnico e coreografado. O trem é dividido em seções menores, manobrado até o interior da embarcação e fixado para a travessia. Uma vez no mar, a balsa funciona como um elo móvel da ferrovia, transformando o Estreito de Messina em um trecho navegável da malha ferroviária italiana. A travessia dura cerca de 30 minutos.
Do ponto de vista náutico, trata-se de um exemplo clássico de integração entre transporte marítimo e terrestre. As embarcações são projetadas para estabilidade, controle fino de manobras e resistência às condições locais, mantendo a segurança da carga ferroviária e dos passageiros durante a navegação.
Apesar de discussões recorrentes sobre a construção de uma ponte ligando a Sicília ao continente, o sistema de balsas segue em operação e representa uma solução consolidada. Ele preserva uma tradição técnica iniciada no final do século XIX e mantém viva uma forma rara de navegação utilitária, em que o navio não substitui o trem, mas se torna parte dele.
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