A chuva era a principal preocupação dos organizadores do triatlo em Paris-2024 em relação à qualidade da água no Rio Sena. E ela chegou à capital francesa sem tanta intensidade na noite de terça-feira (30), ganhou força durante a madrugada e persistiu até a largada da prova feminina, às 8h (3h em Brasília).
Mesmo assim, os testes realizados durante a madrugada indicaram que a água estava em nível aceitável para os atletas nadarem por 1,5 km, na altura da Ponte Alexandre III. Sendo assim, após adiamento da competição masculina no dia anterior, a prova feminina foi realizada na data prevista pela organização dos Jogos e transcorreu normalmente.
Para a brasileira Djenyfer Arnold, a experiência de nadar no Rio Sena foi totalmente desaprovada:
— O que mais atrapalhou realmente foi a natação. Eu larguei do meio para a esquerda, cheguei na boia pela esquerda, só que, com a correnteza, ela foi em cima da gente. Acabou que fiquei presa ali embaixo da boia, tomei muita pancada como nunca havia tomado. Isso foi meio desesperador para as minhas condições.
Vigésima colocada na prova, Djenyfer aponta que o principal problema nem foi a poluição, e sim a correnteza.
— As condições estavam bem difíceis, velocidade de 1m/s, a volta da boia fazíamos 400m com tempo de 800m, uma natação muito mais lenta, onde as atletas que não nadam tão bem conseguem ficar junto do pelotão e vira uma pancadaria só. Então, acho que realmente o problema foi a correnteza. A qualidade da água vamos saber amanhã, quando fizer efeito os goles que a gente tomou — completa.
No caso de Vittoria Lopes, outra brasileira na prova, e que terminou em 25° lugar, o principal problema enfrentado não foi a natação, e sim o ciclismo. Com a pista escorregadia, a triatleta foi uma das muitas competidoras que acabaram sofrendo quedas ao longo do percurso.
Após sair da natação em 3° lugar, prova em que é especialista, e se manter no pelotão da frente nos primeiros 5km do ciclismo, Vittoria perdeu o controle de sua bicicleta e caiu na pista úmida, perdendo preciosos segundos e se distanciando de vez da briga por medalha.
— Escorreguei no asfalto, nem foi no paralelepípedo. E, quando fui entregar a bike, bati as costas. Parei ainda três vezes para ver se a pressão do pneu estava ok. Estou muito chateada e preocupada com o revezamento, para falar a verdade, porque estou com uma dor aqui nas costas que não consigo nem andar direito — disse Vittoria ao fim da prova.
A campeã da prova foi a francesa Cassandre Beaugrand, seguida pela suíça Julie Derron e pela britânica Beth Potter .