Em entrevista à Rádio Metrópoles, o secretário de Turismo da Bahia, Maurício Bacelar, detalhou a nova etapa do programa Prodetur Bahia voltada ao turismo náutico na Baía de Todos-os-Santos. Após investimentos públicos de cerca de R$ 70 milhões em obras de estruturação — marinas (Penha, Itaparica, Salinas da Margarida e Caixapregos) e diversos atracadouros — o governo estadual lança agora licitação pública para a operação das marinas, em regime de concessão por 30 anos.
Bacelar explicou que “o papel do Estado é induzir a atividade econômica”, especialmente no turismo náutico, que exige alto investimento inicial e retorno a longo prazo. “O governo construiu ou reformou essas quatro marinas”, mas sua gestão deve ser privada, já que o setor público “não tem expertise” para operar os serviços de guarda, abastecimento, alimentação e apoio náutico
Do investimento à operação: como será
A primeira licitação, realizada em 2022, foi deserta. Desde então, foi contratada uma zeladoria para conservação temporária, garantindo segurança e manutenção mínima das marinas. Posteriormente, uma nova audiência pública com empresários e técnicos identificou falhas nos estudos econômicos iniciais — receitas subdimensionadas e despesas desconsideradas — o que levou à contratação de nova consultoria para replanejamento.
O próximo certame será virtual, marcado para 29 de julho de 2025, às 10h, com valor mínimo de concessão de R$ 350 mil/ano (o que corresponde a cerca de R$ 7.200 por marina por mês). Esse valor é considerado baixo frente aos potenciais ganhos com serviços complementares — vagas secas e molhadas, posto de combustível, eventos, lojas, restaurantes, entre outros —, típica fonte de renda das marinas modernas
Infraestrutura moderna e estímulo ao turismo local
As quatro marinas fazem parte de um conjunto de 13 intervenções do Prodetur na região — incluindo atracadouros no Solar do Unhão, Museu Wanderley Pinho, Botelho, Mutá, Jaguaripe — que somaram cerca de R$ 76 milhões em obras até 2022
Exemplos de impacto efetivo incluem:
Marina da Penha (Ribeira/São Tomé de Paripe – Salvador): modernizada com píer flutuante, instalações terrestres e 96 vagas secas e 48 molhadas
Marina de Salinas da Margarida: primeira do município, com infraestrutura para 59 vagas secas, 60 molhadas, posto e 12 lojas num terreno de 24 000 m²
Ilha de Itaparica/Cacha-Pregos: duas marinas com estrutura flutuante, vagas secas e molhadas, loja, restaurante e posto de combustível
Bacelar reforçou o compromisso do Estado: “o vencedor terá acesso aos roteiros náuticos da Baía, para fomentar a movimentação”, favorecendo empresários locais, nacionais e internacionais – com ênfase na permanência do capital baiano
Potencial socioeconômico e legado sustentável
O secretário destacou o modelo de sucesso repetido em outros setores turísticos: requalificação do Centro Antigo de Salvador, valorização do cacau/chocolate fino e implantação de vinícolas na Chapada Diamantina — todos com participação estatal no início e rápida adesão do empresariado após a infraestrutura estar pronta.
Esse mesmo modelo visa agora à economia náutica na Baía de Todos-os-Santos — “uma via náutica de padrão mundial”, segundo Bacelar, que afirma ter ouvido do empresariado: “não devemos em tecnologia a nenhuma marina do mundo”.
O edital já está disponível no site da SETUR-BA e a participação será pela internet — uma chance única para empresários nacionais, estrangeiros e, principalmente, baianos assumirem esse legado aquaviário e impulsionarem o turismo e a economia na Bahia.