A seca no Amazonas em 2024 está sendo descrita como uma das mais severas já registradas. Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária, dados mostram que há 30 anos nada parecido foi registrado na região. A seca está sendo agravada por um El Niño em combinação com o aquecimento do Oceano Atlântico Norte, resultando em níveis criticamente baixos dos rios Madeira, Juruá e Purus.
Essa seca traz diversos prejuízos, como o impedimento da navegação devido ao risco de colisão com bancos de areia. Esses bancos ameaçam a navegabilidade, obrigando a redução do volume de cargas para garantir o transporte seguro.
A baixa dos rios também torna muitas rotas intransitáveis, levando até a encalhamentos de navios. A economia do Amazonas, que depende do transporte fluvial para escoar produtos agrícolas, madeiras e minérios, sofre com atrasos na entrega, aumento de custos e redução da competitividade dos produtos amazônicos. Isso gera alta inflação, elevando os preços dos produtos devido à escassez e aos custos adicionais de transporte.
O setor de turismo náutico é severamente afetado pela seca. A Amazônia, com seus rios exuberantes e biodiversidade única, atrai turistas do mundo inteiro. Com a redução dos níveis dos rios, atividades como cruzeiros fluviais e expedições ecológicas são comprometidas. Muitos turistas cancelam suas viagens ou optam por outros destinos, resultando em perdas financeiras significativas para operadoras de turismo e comunidades que dependem dessa atividade.
A redução significativa dos níveis dos rios prejudica a navegação crucial para o transporte de pessoas e mercadorias em uma área com infraestrutura viária limitada. Os ecossistemas aquáticos sofrem com a diminuição dos habitats disponíveis, levando à morte de espécies e ao desequilíbrio ecológico. A vegetação também é afetada, aumentando o risco de incêndios florestais, que devastam grandes áreas de floresta tropical, liberando grandes quantidades de carbono na atmosfera e contribuindo para o aquecimento global. Além disso, a escassez de água impacta diretamente a vida das comunidades ribeirinhas, que enfrentam dificuldades para obter água potável e manter suas atividades agrícolas e pesqueiras.
A escassez de recursos naturais, como peixes e água potável, e de produtos agrícolas, essenciais para a subsistência das comunidades locais, resulta em um colapso na lei de oferta e demanda. A oferta de produtos diminui drasticamente enquanto a demanda permanece alta ou até aumenta devido à necessidade urgente. Esse desequilíbrio leva a um aumento nos preços, tornando os produtos inacessíveis para muitas pessoas e exacerbando a desigualdade social. O transporte de mercadorias, fortemente dependente dos rios, é severamente prejudicado, aumentando os custos logísticos e limitando ainda mais a distribuição de bens essenciais.
Diante desse cenário, muitas empresas do setor náutico reduzem seus investimentos, agravando o momento de recessão. Muitos setores ficam na expectativa de uma melhoria no mercado, gerando um movimento cauteloso entre os negócios locais.