No dia 2 de fevereiro, milhares de devotos em diversas partes do Brasil se reúnem para homenagear Iemanjá, conhecida como a Rainha do Mar. Considerada a protetora dos navegantes, pescadores e todos que dependem das águas, a entidade tem forte influência na cultura marítima, sendo reverenciada tanto em rituais religiosos quanto em tradições populares ligadas ao universo náutico.
Uma Divindade Ligada ao Mar
Iemanjá tem origem nas religiões de matriz africana, como o Candomblé e a Umbanda, e é tida como mãe de todos os orixás. Seu nome vem do iorubá Yèyé omo ejá, que significa “Mãe cujos filhos são peixes”, simbolizando fertilidade, maternidade e proteção. Para muitos, ela é a força que rege os mares e guia aqueles que enfrentam as incertezas do oceano.
Nas comunidades litorâneas, pescadores e marinheiros recorrem a Iemanjá antes de suas viagens, pedindo segurança contra tempestades e naufrágios. Oferendas, como flores e espelhos, são lançadas ao mar em sinal de gratidão e respeito.
Navegantes e a Tradição das Oferendas
A relação dos navegantes com Iemanjá é antiga e ultrapassa a esfera religiosa, tornando-se uma expressão cultural. Em cidades como Salvador, Rio de Janeiro e Santos, festividades em homenagem à Rainha do Mar reúnem embarcações enfeitadas que partem para alto-mar levando oferendas e preces.
Velejadores e pescadores costumam manter amuletos e realizar pequenos rituais antes de iniciar suas jornadas, acreditando que a entidade pode protegê-los durante a navegação. Até mesmo em competições náuticas, há relatos de participantes que prestam homenagens a Iemanjá antes das provas.
Impacto Cultural e Ambiental
Além da fé e da tradição, a simbologia de Iemanjá também reforça a importância do respeito ao mar. Em tempos de crescente preocupação ambiental, muitos devotos e amantes do oceano veem nas celebrações uma oportunidade para promover a conscientização sobre a preservação dos mares.
As festividades em sua homenagem também movimentam o turismo e o setor náutico, atraindo embarcações de várias regiões para participar das homenagens. Eventos como cortejos marítimos e procissões flutuantes fazem parte do calendário de diversas cidades litorâneas, fortalecendo a relação entre fé, cultura e navegação.
Para aqueles que vivem do mar ou apenas se aventuram nele, Iemanjá segue sendo uma figura de inspiração e proteção. Afinal, como dizem os navegantes, é sempre bom lembrar: o mar tem sua Rainha.