A bordo do Veleiro Escola Fraternidade, o navegador Aleixo Belov se prepara para o trecho mais extremo — e aguardado — da sua ousada Expedição Passagem Nordeste 2025. Após quase um mês atracado em Murmansk, no norte da Rússia, o baiano de alma e coração enfim recebeu a autorização para seguir viagem rumo ao Estreito de Bering, enfrentando agora o traiçoeiro Norte da Sibéria, no Oceano Ártico.
A licença só saiu hoje. Continua a preocupação se o gelo vai derreter e nos deixar passar”, relatou Belov, aos 82 anos, diretamente da cidade portuária russa, onde aguardava as condições ideais de navegação com sua tripulação
Murmansk, que teve papel estratégico durante a Segunda Guerra Mundial, despertou lembranças profundas no navegador. “Nasci na União Soviética, durante a guerra, em um subterrâneo. Por isso, emocionei-me ao visitar a estátua de Aliosha, que homenageia o soldado desconhecido”, compartilhou. Recebido com carinho, Belov contou que a população local presenteou a tripulação com livros e que até uma representante do governo regional visitou o veleiro ao lado de jornalistas e emissoras de TV.
Mas o carinho russo contrasta com o que vem pela frente: os portos da rota permanecem congelados, e o trajeto pela Sibéria exige precisão, resistência e coragem — três palavras que acompanham Aleixo Belov há décadas em suas travessias pelo mundo. “Chegar aqui não foi fácil, mas é insignificante comparado com o que nos espera na frente”, afirma.
A Expedição Passagem Nordeste teve início em 12 de abril deste ano, partindo do 2º Distrito Naval da Marinha do Brasil, em Salvador. A bordo do Veleiro Fraternidade, Belov zarpou com o apoio do Navio-Veleiro Cisne Branco, da Marinha do Brasil, e de uma tripulação internacional pronta para encarar os mares congelados do extremo norte do planeta.
Reprodução: Alô Alô Bahia
