Foto: Humberto Badine
A temporada das baleias-jubarte no litoral brasileiro começa oficialmente neste mês de junho, trazendo consigo um espetáculo natural que transforma a costa da Bahia em palco de uma das maiores migrações de mamíferos marinhos do planeta. Vindas das águas geladas da Antártica, as jubartes percorrem cerca de 4 mil quilômetros até o banco dos Abrolhos, no sul da Bahia, principal berçário da espécie no Atlântico Sul.
Todos os anos, entre junho e agosto, milhares de baleias escolhem o clima quente e as águas rasas e protegidas da região para acasalar, dar à luz e amamentar seus filhotes. A presença dos animais atrai pesquisadores, turistas e amantes da vida marinha, consolidando a Bahia como destino privilegiado para a prática do turismo de observação de baleias.
“Este é um dos períodos mais esperados do ano. As jubartes não apenas encantam com seus saltos e cantos, mas também reforçam a importância da conservação marinha e do turismo sustentável na nossa costa”, destaca a bióloga marinha Ana Lúcia Reis, pesquisadora do Instituto Baleia Jubarte.
O Banco dos Abrolhos, localizado entre os municípios de Caravelas e Alcobaça, é reconhecido internacionalmente por sua biodiversidade e importância ecológica. A região abriga o maior recife de corais do Atlântico Sul e é considerada uma das áreas mais ricas em vida marinha do Brasil.
Com o início da temporada, empresas de turismo náutico já se preparam para oferecer passeios de observação, respeitando os protocolos de aproximação definidos pelo IBAMA e outras autoridades ambientais. A expectativa é de que a temporada de 2025 mantenha o crescimento registrado nos últimos anos, com aumento na visitação e na conscientização ambiental.
Além do turismo, a presença das jubartes movimenta também a pesquisa científica. Equipes de monitoramento atuam na coleta de dados sobre comportamento, saúde e deslocamento das baleias, contribuindo para estratégias de conservação da espécie.