Os protocolos de resgate na Baía de Todos-os-Santos seguem um modelo integrado que envolve a Capitania dos Portos da Bahia, o Corpo de Bombeiros Militar, o SAMU e, em algumas situações, embarcações civis que estejam próximas ao local da ocorrência. A região, uma das áreas mais movimentadas do país em navegação de lazer e de transporte marítimo, exige resposta rápida e comunicação eficiente entre as equipes. Segundo a Capitania, qualquer chamada de emergência deve ser feita prioritariamente pelo canal 16 do rádio VHF, padrão internacional para socorro, ou pelo telefone 185, que centraliza os pedidos de ajuda náutica.
A partir do alerta, a Capitania inicia o protocolo de busca e salvamento, conhecido como Salvamar Leste, responsável por toda a faixa marítima que abrange Salvador. A equipe avalia o tipo de ocorrência, as condições de mar e vento, a posição aproximada da embarcação e a gravidade da situação. Em seguida, determina quais meios serão mobilizados, que podem incluir lanchas de resgate, embarcações de patrulha, helicópteros do Grupamento Aéreo e apoio do Corpo de Bombeiros.
Quando há risco à vida, o acionamento aéreo é prioritário. Helicópteros têm a função de localizar rapidamente vítimas à deriva, realizar içamentos e transportar feridos para unidades de saúde. Em situações de naufrágio, incêndio ou colisão, as equipes seguem um plano padronizado: aproximação segura, estabilização da cena, retirada dos ocupantes e contenção de possíveis danos ambientais, como vazamento de combustível.
A comunicação é considerada o ponto mais crítico do resgate. As equipes trabalham com atualizações constantes da última posição conhecida da embarcação, muitas vezes informada por aplicativos de navegação ou por relatos de outras lanchas. Em casos de perda total de comunicação, os protocolos preveem a expansão gradual da área de busca, utilizando padrões de varredura reconhecidos internacionalmente.Além das ações oficiais, a Capitania reforça que navegadores amadores desempenham papel importante na prevenção. A recomendação é manter equipamentos obrigatórios em dia, comunicar rotas antes de sair e acompanhar alertas meteorológicos. O uso do colete salva-vidas permanece como a principal medida para reduzir fatalidades, especialmente em pequenas embarcações.
As autoridades reconhecem que o aumento do tráfego náutico na Baía de Todos-os-Santos tem elevado o número de ocorrências, mas afirmam que o sistema de resposta está preparado para operar em diferentes cenários. O objetivo é reduzir o tempo entre o chamado e o atendimento, garantindo que turistas e navegadores locais possam contar com procedimentos de resgate eficientes e coordenados.

