Nos anos 2000, Dubai começou a investir em grandes projetos imobiliários para reduzir a dependência do petróleo, dando origem ao ambicioso projeto The World. Este empreendimento previa a construção de 300 ilhas artificiais formando a silhueta de um mapa-múndi, com tamanhos entre 1,4 e 4,2 hectares, utilizando 321 milhões de m³ de areia e 386 milhões de toneladas de pedra, cobrindo uma área de 54 km². O investimento inicial foi de 12 bilhões de libras (cerca de R$ 85,8 bilhões na cotação de junho de 2024).
O objetivo era vender as ilhas para investidores privados para o desenvolvimento de propriedades de luxo, resorts e hotéis. Embora 60% das ilhas tenham sido vendidas, o projeto está parado há anos, com apenas uma ilha, a Ilha do Líbano, completamente desenvolvida.
Entre os problemas enfrentados pelo projeto estão crises econômicas, principalmente a de 2008, problemas de infraestrutura, já que as ilhas não são conectadas entre si ou ao continente, e impactos ambientais significativos nos recifes de coral e ecossistemas marinhos locais. Esses impactos resultaram em erosão nos canais ao redor das ilhas, que estão se transformando em “terraços desertos de areia”.
Além disso, o isolamento do continente dificultou a mobilidade e desvalorizou o projeto. Enquanto a Palm Jumeirah, um arquipélago semelhante, prosperou com infraestrutura conectada ao continente, o The World não teve a mesma sorte. Dados do Greenpeace indicam que as ilhas do projeto estão afundando a uma taxa de 5 mm por ano devido à crise climática.
Apesar dos inúmeros desafios, a Nakheel Properties, empresa responsável pelo projeto, continua buscando maneiras de revitalizar o The World para atrair novos investimentos e concluir o desenvolvimento das ilhas.