O calor recorde registrado em 2023 provou um aumento no nível do oceano na costa brasileira acima da média mundial. É o que ponta o relatório “O Estado do Clima na América Latina e no Caribe em 2023”, da Organização Mundial de Meteorologia (OMM), divulgado nesta quarta-feira (8).
Segundo o estudo, o mundo inteiro sofreu com a elevação do nível do mar por conta da expansão térmica, já que a água quente se dilata. Isso acontece desde 1993, mas no ano passado foi registado um recorde, com média global de 3,42 mm/ano. Na costa atlântica da América do Sul, o número chegou a 3,96 mm.
Ao longo dos anos, o relatório mostrou que o aumento do nível dos oceanos mais do que dobrou desde a década de 1990. De acordo com os cientistas, 2023 foi não só marcado por calor excepcional, como também por anomalias que não podem ser explicadas por fenômenos esperados, como o El Niño.
Como o aumento no nível do oceano afeta a vida das pessoas
Quando analisados de forma avulsa, os números podem parecer pequenos e sem importância, mas a realidade é bem diferente.
Conforme listado pelo O Globo, a elevação do mar erode o litoral, contamina o lençol freático com água salgada, agrava inundações provocadas por tempestades, mina as fundações de construções, gera afundamento de terrenos e faz as ressacas se tornarem maiores, o que gera um avanço da água por mais terrenos.
É possível ver efeitos por todo o Brasil. No Amapá, por exemplo, palmeiras e outras plantas próximas à foz do Rio Amazonas morreram devido à contaminação da água doce pelo sal. No Rio de Janeiro e em Santos (SP), as ressacas gigantes refletiram em problemas para as cidades.
Informações da Náutica e do Jornal O Globo